História dos ônibus no Brasil

Tirando os perrengues que as pessoas enfrentam em ônibus lotados, é difícil encontrar algum passageiro sem pelo menos uma boa recordação a bordo desses veículos.

Seja ela uma memória de infância, seja um momento marcante da vida adulta e em deslocamentos na cidade ou em viagens longas.

Isso é o que explica o sucesso da Exponi (Exposição de Ônibus Novos e Antigos), que ocorre há 18 anos, em Curitiba (PR), e este ano recebeu a visita de 4.500 pessoas no único dia de sua realização, em maio, segundo os organizadores.

Exponi 2022
A Exponi reuniu 170 ônibus e recebeu a visita de 4.500 pessoas de todas as idades, no único dia de evento, em Curitiba, no Paraná Paulo Campo Grande/Quatro Rodas

Este ano, a Exponi chegou à décima edição, reunindo 170 veículos de empresas de transporte e também de colecionadores de diferentes partes do Brasil.

Além dos últimos lançamentos do segmento, como o Marcopolo Paradiso G8 e o Caio Apache Vip V, foram mostrados vários modelos antigos de diferentes épocas, que contaram a história do transporte de passageiros no Brasil.

A principal atração foi o Volvo B58 1992, o primeiro modelo biarticulado fabricado no país. Segundo Osvaldo Born, um dos responsáveis pelo evento, o veículo exposto foi o único que restou da frota de 30 fabricados na época, a pedido da prefeitura de Curitiba.

Marcopolo Paradiso G8
O Marcopolo Paradiso G8 foi um dos destaques entre os mais modernos Ronaldo Santos/Divulgação

“Depois de servir ao transporte, ele ficou encostado por 15 anos e levou cinco anos para ser restaurado”, diz Eduardo Tows, um dos responsáveis pelo veículo.

O Volvo articulado tem chassi e motor Volvo a diesel, de seis cilindros e 10 litros, e carroceria Ciferal, de alumínio.

Com seus 25 metros de comprimento, ele acomoda até 254 passageiros, em suas três composições, com duas inovações para a época: degraus rebaixados e rampas de acesso para cadeirantes.

Caminhão Mercedes
O clássico Mercedes Ronaldo Santos/Divulgação
Ônibus Mercedes
Ronaldo Santos/Divulgação

Outra atração que chamou atenção foi o primeiro ônibus a circular em corredor segregado em Curitiba, o Marcopolo Veneza Expresso, que introduziu o conceito BRT (Bus Rapid Transit), no Brasil.

O Veneza surgiu em 1974, equipado com chassi Cummins e motor V8 de 205 cv. Tinha carroceria de fibra de vidro, com ampla área envidraçada e, por dentro, seus bancos eram instalados longitudinalmente nas laterais da cabine, ampliando o espaço para as pessoas viajarem em pé. A lotação era de 90 passageiros.

 

Ônibus FNM
Ônibus FNM Ronaldo Santos/Divulgação

Entre os ônibus para longas viagens, os visitantes puderam ver ícones das estradas e das rodoviárias do país como o Cometa Flecha Azul (1983, com suspensão a ar), o Expresso Brasileiro Magnata (1984, ônibus leito, com somente 28 assentos com apoio para as pernas) e o Itapemirim Tribus 3 (1989, produzido pela própria Itapemirim, com motor Mercedes, três eixos e design diferenciado).

Mas havia ainda pelo menos mais três raridades imperdíveis e que roubaram a cena no espaço onde estavam estacionados. Uma é o FNM 1970, com motor diesel de seis cilindros em linha, 11 litros e carroceria Diplomata, da Nielson.

Outro, um Scania Vabis 1974, também com carroceria Nielson. E o terceiro, talvez o mais raro dos três, um Mercedes com carroceria cheia de detalhes feita pela Elizario, empresa de Porto Alegre (RS) que não existe mais.

Ônibus Viação Cometa
Ônibus Cometa com suspensão a ar Ronaldo Santos/Divulgação

Fabricado em 1966, esse modelo foi batizado de Bi-Campeão, em homenagem à Seleção Brasileira, vencedora dos mundiais de 1958 e 1962.

Sobrou pouco espaço no pátio da Viação Redentor, no bairro CIC, na região industrial de Curitiba, mas, para 2023, os organizadores esperam reunir ainda mais carros e público, para bater o recorde deste ano.

Veneza Expresso
O Veneza Expresso foi o primeiro a circular em corredores Ronaldo Santos/Divulgação
Veneza Expresso
Ronaldo Santos/Quatro Rodas

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